terça-feira, 20 de março de 2012

Quebrando tabus - 3° ato


3- As metades que se completam.

A metade da minha laranja, a tampa da minha panela, dois corações e uma só alma... você me faz sentir completa.

Patético.
Quantas vezes você já se deparou com declaração semelhante? Eu várias.
É muito comum esse tipo de manifestação amorosa. Mas, para clarear a minha linha de raciocínio, eu pergunto: Afinal,  o que vem a ser uma manifestação amorosa?
Nesse contexto, cabe dizer que manifestação amorosa é verbalizar sentimentos, externalizar o que se sente em relação à determinada pessoa.

Inclusive, olhando assim, parece ser algo comovente, olha que coisa bonita... alma, coração, metades que se completam... Entretando,  isso é apenas o eufemismo do atestado de medíocridade e insegurança que você acabou de assinar perante a sua parceira. Isso é música para os ouvidos dela. Agora ela sabe como você se sentiria caso terminassem (um humanóide vazio e sem rumo). E pasme, ela provavelmente usará isso contra você. E quando estiveres em um beco sem saida, vai se perguntar: onde foi que eu errei?

Duas meias laranjas fazem uma laranjada, uma tampa completa uma panela, mas duas metades, melhor, duas meias pessoas não fazem nada. Para um relacionamento dar certo, é preciso duas pessoas inteiras, isto é, duas pessoas dotadas de convicções e opiniões sólidas, duas pessoas firmes e de personalidade formada, em sínteze, dois amantes tenazes. É preciso não precisar. E "precisar" e "amar" são duas coisas diferentes, é plenamente possível amar sem precisar. Como? Estimando a si mesmo, aos próprios valores e príncipios mais do que estima-se a pessoa amada, independentemente de quem ela seja. Só cuidado para a relação não virar uma queda de braço, pessoas imponentes tendem a traçar conflitos de ideias a todo momento.

Então, meu amigo, é como diz aquele provérbio: Se quer cortar uma árvore na metade do tempo, gaste o dobro do tempo afiando o seu machado.
Vá cuidar de você, investir em você e se gostar o suficiente até estar preparado para gostar de outra pessoa. Sinceramente, não sei se é possivel atingir um nivel confiavel de amor próprio sem antes sofrer desilusão amorosa, pois no meu caso, foi pelo caminho mais difícil. Mas por favor, se quer optar pelo empirismo, ao menos exclua essa frase do seu vocabulário.

Atenciosamente, Oráculo.

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Companheiros e companheiras, desculpe o longo periodo sem posts, estive sem internet por um tempo mas já estou de volta.

terapiadooraculo@gmail.com

quinta-feira, 15 de março de 2012

Quebrando tabus - 2° ato


2- Quem procura, acha.


É uma expressão mais elegante para "procurar pelo em ovo".

Há pouco mais de um ano atrás aprendi a nunca desprezar a minha intuição. Intuição? Não acredito muito nisso, mas é o termo que achei mais adequado para se referi ao que senti durante a situação que irei relatar à vocês. E isso tem até a ver com o post anterior.

      Vinha de um namoro de 3 anos mais ou menos com uma menina que julgava perfeita dentro dos requisitos que eu mais valorizo (considero-me exigente, diga-se de passagem) e dentro dos padrões atuais. Bonita, sociável, inteligente, demonstrava me respeitar, era carinhosa comigo, nunca foi de ficar com muitos caras, sempre se valorizou e me tratava muito bem. Só não compensava muito na cama, por ser inexperiente e por outros fatores externos que não convém citar. Sempre fui muito perspicaz. Digamos que eu seja manso por opção, procuro não passar a imagem de um cara esperto, de um cara sempre ligado pois diante de uma pessoa assim a cautela aumenta. E me comportei assim por 3 anos, nunca tive motivo pra me preocupar. Todo individuo que eu tomava conhecimento que estava a rodear o meu jardim, ela mesma cortava. Para não parecer alheio e descuidadoso, forçava um ciume vez ou outra. Coisas de mulher, elas precisam disso, enfim... Certo dia, por alguns desentendimentos e falhas de comunicação, deixei de ligar pra ela por 2 dias (não seguidos) e um dia ela deixou de ligar pra mim. É um daqueles mal estares que acontecem em um relacionamento e ninguém sabe dizer exatamente porquê. E desde sempre eu sabia de uma coisa, mulher trai por dois motivos:  falta de atenção ou vingança. Mas não imaginei que esse desentendimento fosse virar o que estou prestes a revelar.
      Passou uma semana e o clima de animosidade cessou e ficamos unidos de novo. Pra falar a verdade nunca tínhamos estado tão unidos como naquele momento, algo inusitado se for pensar que vinhamos de um desentendimento recente. E nesse dia, fomos à um evento, ficamos lá por algumas poucas horas e fomos direto para casa já que no dia seguinte ela iria fazer uma longa viagem logo pela manhã. Deixei ela em casa e logo em seguida fui direto rumo à minha, deitar eternamente em berço esplêndido. Como de costume, cheguei em casa e atirei todos os objetos que estavam no meu bolso em cima da cama: celular, a chave do carro e a carteira. Notei que havia algo ímpar ali, era o celular dela. Já havia acontecido isso outras vezes mas, movido pelo dito cujo "quem procura acha", sempre devolvia o aparelho à ela de imediato. No entanto, desta vez, ao me deparar com o celular, senti meu coração bater forte, minha mão ensaiara uma ligeira tremedeira, talvez, em função do despreparo que é se sentir encorajado a cometer uma atitude com risco de decepção. E isso se cumpriu, sem pensar em nada, com uma determinação dosada de apreensão, peguei o celular, já contrariado e abri a caixa de mensagens com um forte pressentimento de que, de fato, tinha pelo naquele ovo. Tive que olhar duas, três vezes pra acreditar. O que eu vi ali não vou reproduzir aqui para não comprometer a identidade de ninguém (inclusive a minha) mas o que eu posso garantir é que foi algo insinuante o suficiente pra que me causasse a convicção instantânea de que eu estava sendo traído. Até porque a mensagem fora enviada para uma pessoa que ela nunca havia mencionado o nome na minha presença. Liguei para ela, tentei ser natural e firmei a fala para que uma suposta alteração de humor transparecida na voz não viesse a  despertar a desconfiança dela de forma que ela pudesse ter tempo de formular uma desculpa convincente durante o caminho da casa dela até a minha. Não que eu fosse me deixar levar por alguma desculpa, mas eu queria desarma-la. Pedi que ela viesse buscar o celular, por gentileza, é claro. Quando ela chegou, com aquele sorriso quase indesmanchavel, joguei o celular dela no banco do carro e disse, confesso, tentando intimida-la: "Que porra é essa ai?" Dei esse direito de se explicar por pura ética. Já sabia que ela não encontraria palavras que justificasse o injustificável. Poderia muito bem ter dito que uma amiga usou seu celular para mandar mensagem para o namorado mas dois fatores conspiravam contra isso: primeiro, ela é amadora, o numero estava na agenda do celular seguido de nome. Segundo, desarmei-a.
      Ela então, não conseguiu conter o desespero e a surpresa na voz trêmula e no gaguejo ao dizer que o rapaz era primo dela (olha que anta, rs), deu explicações desconexas, pediu mil desculpas pela falta de noção, jurou de pé junto que não havia segundas intenções ali e o desfecho disso, obviamente, foi o término do namoro. Passada duas semanas ela começou a namorar o cara.  Foi estranho, não chorei, não fui dominado pela nostalgia pós namoro e minha vida seguiu normalmente. É claro que existia aquele lamento, aquele sentimento pesaroso, mas acho que quando a gente termina de cabeça erguida, sabendo que conduziu o namoro sempre de maneira digna, errando dentro das condições de ser humano, isto é, sem agir de má fé, a tristeza não consome o nosso ânimo e só acaba sobrando a decepção que passa a servir como experiência e não como angústia.

Resultado: Ela passou de uma pessoa extremamente tranquila, sistemática e conservadora à uma tola imatura e desesperada em uma atitude.

Usei essa historinha pessoal pra ilustrar o clichê que introduz o post. TODAS as pessoas do mundo, sem exceção, estão suscetíveis a serem enganadas, não existe anjo. E uma das peripécias do amor é fazer com que esqueçamos disso. Essa ideia de que "o que os olhos não veem o coração não sente" não é bem digerida por mim. Não me dou bem com conformismo e o que estiver dentro do meu alcance e compatível com os limites da lucidez, eu irei fazer pra que eu nunca esteja vulnerável a tal situação de novo. Se eu não tivesse olhado eu nunca teria descoberto a perfídia, mas a questão não é essa. O que importa pra mim, é ter de volta o respeito que eu exerço por uma questão de justiça moral. Ninguém é obrigado a ficar comigo, com você, com ninguém. Por isso, enquanto houver compromisso, a reciprocidade principalmente se tratando de respeito, é indispensável. E por garantia eu vou me certificar de que a minha dedicação amorosa à outrem esteja sendo devidamente correspondida sempre que eu tiver oportunidade.

Atenciosamente, Oráculo.

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Continue se manifestando, a sua opinião, contra-argumentação e comentário são sempre muito bem vistos por aqui. E não se esqueça de escrever para terapiadooraculo@gmail.com




sábado, 10 de março de 2012

Quebrando tabus - 1° ato


1- Quem não dá assistência perde pra concorrência.

Esse é um dos maiores clichês da face da terra.

Incrível como uma frasezinha formada influência tantas pessoas assim. Essa em especial vem me chamando a atenção, é uma frase antiga mas que nunca perde seu espaço nas redes de relacionamento da internet e nas conversas em mesas de bar. Esses clichêzinhos já viraram dica de vida de muitas pessoas. Usa-las para cutucar o namorado no facebook então, nem se fala.

Quando leio uma frase que não conheço, procuro pensar na essência dela, se o que ela está propondo é algo que faz sentido e se a frase não é tendenciosa ou preconceituosa. Acho que as pessoas deveriam fazer o mesmo pra não acabarem se deixando influenciar por algo tão vago como uma frase.

Vamos sintetizar a frase pra eu chegar aonde eu quero.

"Quem não dá assistência perde pra concorrência."

Ráaaaa, olha só! Somos robôs agora! Fico pensando, uma pessoa que concorda com isso, acha que é quem pra ser merecedora de "assistência" integral? Sentir-se carente é a condição pra "fila andar"? Talvez seja por isso que namorar hoje em dia é tão difícil.

Ai vai um recado pra você discípula do "quem nao dá assistência bla bla bla" .É preciso entender duas coisas.

Primeira: As pessoas têm vida, têm amigos e outros entes queridos além de você. Logo, nossa atenção não é centralizada em uma só pessoa. Temos que dar atenção pra pai, mãe, parentes e amigos além de você. E a verdade dói mas é sempre mais honesta: Você não é mais importante que nenhuma das pessoas citadas. Exclusividade é uma virtude, não uma obrigação. Namorado ou namorada são tão importantes quanto um amigo. A diferença é que o amigo não te abandona se você, por algum motivo, deixa de dar atenção a ele por um tempo. (Sem generalizar, é claro)

Segunda: Além de dividir atenção, temos de dividir nosso tempo. As pessoas trabalham, estudam, enfim... Ás vezes a vida do cara entra em um período tão turbulento que ele acaba tendo tempo só pra ele mesmo. É aquela fase transitória que o cara some pra crescer na vida e credibilizar o currículo pra depois viver sem transtornos. Ou simplesmente o serviço está na velocidade da luz, hora extra, plantões, a faculdade começa a sufocar... E aí, claro, a atenção que ele tinha pra gastar com você, naturalmente, diminui. E você, o que faz? ao invés de ser compreensiva ou chamar o cara pra uma conversa e falar o que ta sentindo pra esclarecer tudo, troca o cara pelo primeiro bobão que te enche de mimos.

Entenda, não é o cara que mudou, é a vida, a situação dele que mudou.

Mulher trai por dois motivos: Vingança ou falta de atenção. Isso tem que mudar. Cada caso é um caso, mas o que eu quero dizer é:

Imagina se fossemos levar essa frase ao pé da letra? Imagina se fossemos trocar a pessoa que amamos porque ele deixou de te dar algo que você sempre valorizou? Procuraríamos sexo na rua quando ela deixar faltar sexo em casa,  procuraríamos uma pessoa mais compreensiva na rua quando ela falar pra gente parar de fumar, parar de beber, parar de jogar bola e procuraríamos uma pessoa mais calma na rua quando ela, por motivo de TPM maior, ficar grossa.

É assim que vai ser? Preencheremos na rua todo vazio que foi deixado em casa? O ser humano não é regular, ele acomoda, o humor dele muda, a disposição dele varia e isso acontece sem que ele perceba. E se percebe, não tem controle sobre isso pois é algo instintivo, é da natureza humana.

Portanto é hora de se desapegar dessa filosofia extremista e ignorante de uma vez por todas.

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segunda-feira, 5 de março de 2012

Como ser uma mulher ridícula - 3° ato



3 - Mulher sem amor próprio

O Oráculo assegura pra vocês: Amor próprio é um dos alicerces para um relacionamento "bem sucedido", seja esse relacionamento amoroso ou apenas um relacionamento interpessoal. 

O QUE É AMOR PRÓPRIO AFINAL? 
Amor próprio é o ponto de equilíbrio entre o narcisismo e a mediocridade. Grosso modo, amor-próprio demais é egoísmo e a falta dele é abnegação deturpada e doentia. 

AMOR PRÓPRIO É DE FUNDO RACIONAL.
Ele é modelado por influências externas. Muitas vezes é necessário passar por árduas experiências e episódios de humilhações gratuitas pra que entendamos nosso verdadeiro valor.

Metaforicamente, Uma nota de 100 amassada e pisoteada continua sendo uma nota de 100. 

AMOR PRÓPRIO NÃO É SENTIMENTO, É DISCERNIMENTO!  
É saber quando ceder a uma imposição ou quando engolir um desaforo
É saber a diferença entre pedir e suplicar
É saber respeitar somente quando é respeitado
É se bastar

Tem gente que adota o sacrifício para o bem estar de outra pessoa como um estilo de vida e está sempre renunciando à imposições de outrem. Primeiro vem a gente, depois vem os outros. Se não está bom pra você então não tem que estar bom para mais ninguém. Manobre suas atitudes sempre em favor da sua felicidade. Você é dona do seu corpo, da sua vida e do seu direito de ir e vir. Ninguém tem autoridade moral pra tirar o que lhe pertence, você é quem permite isso. E é isso que a torna uma mulher ridícula. Porque? Porque a mulher sem amor próprio depende do apreço de outra pessoa, ela é incapaz de conviver com a solidão amorosa e com o desprezo. Sozinha ela se sente incompleta e é esse o pecado dela. Ela acaba agindo da maneira que não gostaria porque é movida pelo medo do abandono.

Por isso esse tipo de mulher sofre tanto. É claro que o cara percebe essa insegurança e usa isso contra ela. É bem mais fácil se impor, controlar e humilhar uma pessoa que leva desaforo pra casa, não é?

EU SOU MAIS EU, AZAR DE QUEM ME PERDEU.
Siga essa linha de pensamento.

Pra não cair nessa angustia de ser uma mulher que não se ama, ou você cria coragem pra dar um basta nisso e enfrentar o desprezo, solidão, indiferença ou qualquer outro mal que te aflige ou você aprende a se amar por mal, que é se humilhando e sendo humilhada até ser acordada por um choque de realidade que te revele a insignificância da pessoa com quem você está lidando. Assim, quem sabe você não se sinta superior diante da podridão alheia? Eu sei que o coração vai apertar mas deixa o cérebro agir. Dessa forma você vai entender que antes de criar laços sólidos com alguém, primeiramente é necessário não precisar da pessoa, passar a enxergar ela como um complemento saudável na sua vida e não como o personagem principal e essencial dela. Depois disso, não precisará de mais ninguém para te completar pois você já será uma pessoa completa e não estará suscetível a ser sacaneada de novo.

Resumindo, não ter amor próprio é natural, todos temos fraquezas. O que complica é quando o problema deixa de ser o amor próprio e passa a ser a sua inércia, conformismo e falta de coragem pra reagir diante dessa situação. Em suma, o problema não é o problema, é a sua atitude em relação ao problema.

Atenciosamente, Oráculo.

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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Consulta ao Oráculo - Diferença entre desejo e prazer

Uma leitora enfim se manifestou e fez a seguinte pergunta:

Quero saber a diferença entra prazer e desejo.


Pois bem, é uma pergunta interessante e reflexiva porque a princípio aparentam ser dois sentimentos iguais, mas existe uma discrepância entre desejo e prazer

Prazer


Sexualmente falando, o prazer é o tesão, a satisfação sexual. É o sentimento que nasce da interação voluptuosa entre seres, seja você como personagem dessa interação humana (ou não humana) ou apenas como espectador, melhor dizendo, como voyer. Resumindo, prazer é se deliciar e sentir satisfação por algum motivo.

Desejo

Desejo nada mais é do que vontade. Se o prazer é a satisfação, o desejo é a vontade de consolidar essa satisfação. Está diretamente relacionado à ambição. Desejo é apetite, é anseio.

Síntese


Se prazer é sentir, desejo é QUERER sentir. Por isso o desejo tende a terminar em prazer. Exemplo:

Mulher assistindo Lendas da Paixão:

-MEU DEUS!!! CRENDEUSPAI!!!  Esse Brad Pitt é lindo demais! vem me possuir Brad!!

Isso é o desejo. Se deslumbrar.
Se depois ela sentir tesão, ai terminou em prazer. Na verdade cada desejo vem dosado com um pouquinho de prazer pois existe uma certa satisfação em desejar. Quando vejo um belo carro nunca visto antes na rua, com certeza eu vou ficar deslumbrado com o carro e vou sentir vontade de possui-lo. É ruim querer o que não tem? Para os otimistas e ambiciosos não.  Por isso o desejo pode vir carregado de prazer. Já para os pessimistas e desambiciosos, o prazer só aparecerá depois de alcançar o que ele almejou.

Por isso são dois sentimentos diferentes mas que estão diretamente ligados.

Desculpe ter estendido o raciocínio, espero ter respondido.

Atenciosamente, Oráculo.

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Continuem mandando sua pergunta para terapiadooraculo@gmail.com

Se é de seu desejo, garanto manter sua identidade em anonimato.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Como ser uma mulher ridícula - 2° ato


2 - Mulher interesseira.

É uma doença que hoje em dia atinge a maior parte das mulheres. Se tivesse que arriscar, eu chutaria que 6 em cada 10 mulheres são interesseiras (Daí pra cima). A frase "Quem gosta de homem é vendedor de cueca, mulher gosta de dinheiro" nunca me soou tão verdadeira como nos dias de hoje. Sim, é uma doença difícil de assumir. Sabe quando sua vó te faz cinco vezes a mesma pergunta mas não assume de jeito nenhum que está com a memória lesada? Assim é a interesseira.

"Gostar de homem bem resolvido e independente não é ser interesseira."
"Não vou me envolver com um pé rapado, isso não é ser interesseira, é ter perspectivas na vida!"

Que pretexto medíocre. Quer enganar quem? A si mesma, claro.
Se qualquer uma das duas frases faz sentido pra você, parabéns, acaba de atestar sua condição de uma sanguessuga estúpida que estima o que a pessoa tem e não o que ela é por trás daquela blusa da Armani e daquele carrão que mais parece uma nave.

Pra você mulher:

Eu concordo sim que homem sem ambição, sem vontade de conquistar uma estabilidade financeira não parece uma boa ideia. Assusta imaginar que a tendência de manter uma relação com uma pessoa assim é ter que sustentar um parasita, certo? Mas não vamos ser extremistas,  não use isso como argumento para acobertar o fato de que você procura um "homem bem resolvido" porque é incapaz de ser uma mulher bem resolvida. Assim é mais fácil, né? O sucesso dele ofuscaria o seu fracasso. Situação bem confortável pra você que não tem apego algum à dignidade.

No começo vai ser mil maravilhas mas todo ser humano tem sentimento e você sabe, é frase manjada mas é fatídica e já que se enquadra perfeitamente no contexto do post, não custa citar: "Quem escolhe homem pelo bolso não pode reclamar de ser tratada como mercadoria." Se o homem sentir que você se aproximou dele não com o intuito de usufruir da presença dele, mas sim de fazer parte de seus costumes burgueses, ele te usará até enjoar (A não ser que ele seja um boçal que se deixou levar e acabou apaixonando no seu chá de b*****).  E por mais inescrupulosa que a mulher seja, a condição de fast-food vai proporcionar na mulher interesseira um vazio enorme quando ela perceber o quanto é descartável. O que ela praticava se voltará contra ela e toda vez que essa raça estimar um homem pelo seu dinheiro e status, ela alcançará cada vez mais a condição de objeto sexual. Aí depois pra recuperar seu valor como mulher é um parto, pra não dizer impossível. Portanto, se você ainda não chegou no triste estágio de objeto de fruição masculina, comece a se preservar, pelo seu bem e pelo bem da imagem feminina.

Pra (nós) você homem:

Quando eu era pequeno, queria ser rico. Queria morar em uma mansão, ter um helicóptero e uma Ferrari laranja. Sonhava ser jogador de futebol ou qualquer outra profissão de prestígio nacional. Conforme fui crescendo e percebendo o que acontecia à minha volta, mudei minhas concepções.Hoje em dia não quero mais que um salário que pague as minhas contas, que dê pra sair aos finais de semana sem precisar contar as moedas, de forma a sobrar uma grana legal no final do mês pra dar entrada em um carro que eu goste ou fazer aquela viagem pra Europa no final do ano, ou se a reserva financeira não for suficiente, ir passar uns dias em algum lugar mais modesto e bacana como Punta Cana, por exemplo.

Sinceramente? Uma casa com churrasqueira, uma área legal pra receber os amigos, uma mesa de bilhar no quintal, um bom computador, um cachorro leal, um playstation 3 para os momentos de solidão e uma casa em que eu não precise andar tanto pra pegar comida na geladeira pra mim estaria de bom tamanho. É o máximo que eu quero. Se um dia alguém me ver andando de x6, bancando whisky com energético pra galera ou usando uma jaqueta de mil reais, favor me dar um tiro no crânio.

Sou uma pessoa conformada e sem ambição nenhuma? Não, só não quero viver num mundo de ilusão, sem saber quem permaneceria do meu lado, continuaria me apoiando e fazendo questão da minha amizade e consideração caso eu não tivesse esse dinheiro. Tudo na vida é prudência, equilíbrio é um fator irrevogável pra toda e qualquer decisão. O excesso transborda e a falta gera carência. Não quero morar debaixo da ponte mas acredito que o caminho mais lúcido para conquistar relações sólidas e verdadeiras, é ostentar o menor numero possível de superficialidades, pois estas atraem o que eu acabei de abominar aqui.  Quanto mais status e quanto maior a reserva financeira, maiores são as chances de tal condição causar deslumbre nas pessoas de forma que o que você conquistou financeiramente seja um obstáculo que dificulte os outros de perceberem quem você é. Afinal, uma mulher com mente vazia e fútil tem dificuldade em se afeiçoar a algo além daquilo que os olhos nos mostram.

Eu não quero correr esse risco, você quer?

Atenciosamente, Oráculo.
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Pergunte, questione, discuta ou consulte o Oráculo mandando email para terapiadooraculo@gmail.com
Se é de sua vontade, o anonimato é garantido, não irei expor teu nome no Blog!

Obs/ P.S: Aos que não conseguiram comentar em anônimo, desculpem o transtorno, não sabia que essa opção estava bloqueada, já liberei!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Como ser uma mulher ridícula - 1° ato



1- Mulher metida

Detesto.
Mulher metida é irritante, acha que é o centro do mundo e rotula como "brega", "escroto" e "cafona" qualquer pessoa que não se comporte como ela, que não se  vista como ela ou não pense como ela. Pra ela hippies, rappers, punks ou qualquer outro grupo social irreverente é "ridículo" pelo simples fato de não serem adeptos aos padrões da sociedade ou do ideal premeditado por ela. Geralmente essa raça se acha mais do que é. Grosso modo, come pão com salame e peida caviar.

O ideal é ter pés no chão. Se achamos que somos menos do que de fato somos, isto é, superestimar os defeitos de forma a ofuscar nossas qualidades, mergulhamos em um poço de baixa auto-estima e somos abduzidos por um mórbido complexo de rejeição e inferioridade. O medo de desaprovação cria um bloqueio mental e limita a convivência social da pessoa. Uma mulher de baixa auto-estima está sempre de mal com o cabelo, com o corpo, acha o nariz grande demais, enxerga olheira onde não tem e acha que vai morrer solteira (e se nao sair dessa morre mesmo). Em suma, as críticas sempre ecoam na mente na medida que os elogios passam despercebidos.

Mas deixa esse assunto de lado, vamos voltar a falar das narcisas. As vezes eu acho que 90% dessas pessoas não sabem que são metidas por confundirem esnobismo com segurança. "Não sou metida, sou confiante e segura". Uma coisa não tem relação nenhuma com a outra, eu posso perfeitamente ser uma pessoa confiante sem esnobar ou faltar com educação às pessoas a minha volta. Você não é obrigada a ficar com ninguém, ser amiga de ninguém e nem agradar ninguém mas você não vive sozinha e um dia o desprezo que você usou com alguém pode voltar contra você da pior forma possível.

Imagine-se em uma situação de desprezo que um dia você cometeu. A pessoa que você ama te esnobando, alguém se desfazendo de você em uma entrevista de emprego ou algum professor te humilhando na faculdade. Uma pessoa acostumada a distribuir desdéns certamente terá um choque de realidade muito grande quando a situação se inverter. Por isso, ainda é tempo de devolver aquele sorriso que alguém te deu na rua, responder um "hoje não moço, obrigada" quando algum vendedor de DVDs vier te importunar naquele passeio com os amigos, responder o bom dia do porteiro e trocar meia duzia de palavras antes de dar um fora quando alguém conversar com você em alguma festa.

Normalmente os dois extremos, tanto a insegura como a metida, não têm real noção de quem realmente são. Portanto, o ideal é ter pés no chão, saiba das suas qualidades mas reconheça seus defeitos e limites como pessoa. Quanto maior a altura do salto pior é o tombo.

Atenciosamente, Oráculo.